Herança

Carrego um jeito
Uma esperança que não me atrapalha
Uma herança que me trava, mas não falha

Minha fala pode dizer não
Mais aqui dentro o que posso ouvir?
Há sempre o agora que insiste em existir
levo comigo, o que a voz não pode traduzir
Isso não é um presente,
para se agradar
É pesado como uma rocha,
para se carregar
Espero, tenhas guardado as rosas,
como fotografias,

Tenha guardado as coisas,
que a voz não pode dizer,
que a voz não pode contar
Essa é a herança
A quem tanto soube querer
A quem tanto soube amar

(Cada coisa é bem vinda no seu devido lugar)

niterói-rj | 2011

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