Carla Furtado Ribeiro

Carla Furtado Ribeiro

Poetisa

1977-06-13 Coimbra
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TU MINHA ÁRVORE SEM NOME

Tu
minha árvore sem nome, história sem tempo,
meu leito de abandono e deserção,
Raiz
adventícia da esplendorosa Primavera em gestação.
Folha
seminal, trifoliada, oval, orbicular, lobada,
folha de ouro, herança de à terra vinculada.
Âmago
de todas as luminescências que me habitam
crepúsculos incandescentes, impossíveis que me invitam.
Mas tu,
agora gota, agora água, agora arco-íris diluído em mágoa, agora,
água-régia
que embriaga e dissolve em aguarelísticas imagens
esta paz cruxiforme das paisagens.
Recantos
de pureza inesperada, são teu berço, teu braço, teu insólito regaço,
meu céu debutante e sem cansaço.
Oh natureza curvilínea,
de cíclicos e solenes retornos sobre a terra!
Só tu,
sempre estas águas, mansamente debruçadas
sobre minhas esquivas margens escarpadas....
-
Carla Furtado, in "Entre o Sono e o Sonho - Antologia de Poetas Contemporâneos" 





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