Carla Pais

Carla Pais

Sou uma simples escrevinhadora. Alguém que talvez viva dentro das palavras.

1979-09-12 Paris
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Os meus olhos

Guarda, se possível, a cor das paredes do quarto, 
as flores desbotadas do tapete, 
a lâmpada fundida junto ao teu lugar na cama, 
o pó mergulhado na textura das cortinas, 
a janela aberta em dias de vento, 
o cheiro a alfazema do roupeiro,
os álbuns dentro das gavetas como memórias que 
o teu corpo desejou no meu, só não guardes, por favor, 
o som daquela porta a bater nas tuas costas, 
pois esse, foi o som que guardaram os meus olhos. 
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Lembranças são inevitáveis. O desfecho deste poema foi incrível. Gosto desse estilo.
26/abril/2017

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