Refúgio da Minha Infância
Na simplicidade de uma casa de janelas de madeira,
encontrei o abrigo mais doce da minha existência.
O vento frio das madrugadas entrava tímido,
acariciando meu rosto e embalando meus sonhos.
Às quatro da manhã, a casa ganhava vida.
O som do rádio trazia Roberto Carlos,
e o aroma do café recém-passado
preenchia cada canto com promessas de um novo dia.
Era meu avô, sempre o primeiro a despertar,
com seus gestos tão simples e grandiosos,
despertando em mim sorrisos que não precisavam de palavras.
Minha avó, com seu olhar de ternura,
era o coração pulsante daquele lar.
Minhas primas, Ingrid e Rafaela,
eram a minha alegria e minha aventura,
em dias que pareciam infinitos,
mas que, ao mesmo tempo, passavam tão rápido.
Naquele lugar, cada momento era eterno.
A casa, mais que tijolos e madeira,
era o lar dos meus sonhos,
o refúgio para onde minha alma sempre volta.
Mesmo nos sonhos mais confusos,
ou nos pesadelos mais escuros,
lá está ela:
a casa dos meus avós,
como um farol na tempestade,
como um abraço que nunca me abandona.
Porque é ali que vive a criança que fui,
onde o amor dos meus pais se reflete nos gestos dos meus avós,
e onde o simples tornou-se sagrado,
guardado para sempre no baú da minha memória.
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