

Paulo Jorge
A poesia fatalista e decadentista é um exemplo sublime da exaltação da morte em todo o seu esplendor, e desde sempre eu retiro satisfação pessoal deste saborear tétrico da vida.
1970-07-17 Lisboa
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O Fim
Pareço viver desde o início dos tempos,
As minhas lágrimas criaram os mares,
Porque me abandonaste sem alentos,
Valia mais me cruxificares.
Deixaste-me angustiadamente só,
Nem o vento me acaricia os cabelos,
Nem o sol me aquece a alma em dó,
Nem a fonte sacia os meus apelos.
Trago a Humanidade aos ombros,
Nasci Poeta fatalista,
Sofro pela Humanidade aos tombos,
Morro Poeta idealista.
Nem as colinas do monte,
Nem as ondas do mar,
Nem a moça de fronte,
Me fazem encantar.
Lx, 24-7-2000
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