Nuno Júdice
Nuno Júdice é um ensaísta, poeta, ficcionista e professor universitário português. Licenciou-se em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa e obteve o grau de Doutor pela Universidade Nova.
1949-04-29 Mexilhoeira Grande
2024-03-17
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Elegia com uma variação romântica
As mulheres loucas arrumam os quartos, fazem
as camas desfeitas, empilham camisas e calças,
abotoam os cintos do infinito, prendem os laços
da sombra. Com os seus olhos cegos, enfiam
agulhas no buraco da vida, cosem as feridas
do amor que não tiveram, cantam devagar
a canção da idade fria. Dispo essas mulheres
no meu poema; espalho as suas roupas pelas cadeiras
do quarto; abro a cama onde as deito; rasgo
os pontos que acabaram de coser. O seu sexo -
seco pelos ventos de uma inquietação nocturna
- humedece-me os dedos. Desfolho os dias de março
enquanto desfloro os seus lábios. Por vezes,
as mulheres loucas abrem a porta da varanda,
respiram o perfume das trepadeiras brancas
da primavera, desmaiam com o sol.
as camas desfeitas, empilham camisas e calças,
abotoam os cintos do infinito, prendem os laços
da sombra. Com os seus olhos cegos, enfiam
agulhas no buraco da vida, cosem as feridas
do amor que não tiveram, cantam devagar
a canção da idade fria. Dispo essas mulheres
no meu poema; espalho as suas roupas pelas cadeiras
do quarto; abro a cama onde as deito; rasgo
os pontos que acabaram de coser. O seu sexo -
seco pelos ventos de uma inquietação nocturna
- humedece-me os dedos. Desfolho os dias de março
enquanto desfloro os seus lábios. Por vezes,
as mulheres loucas abrem a porta da varanda,
respiram o perfume das trepadeiras brancas
da primavera, desmaiam com o sol.
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Karol Wenceslau Yola
é gratificante folhear um autor e descobrir que valeu o gesto. Poemas que são poemas, desvelam inquietudes.
02/outubro/2011
Maria Lúcia Cabrita
Adorei o seu poema. Já era sua admiradora há mt. Eu fazia e desfazia tudo o q relata, tb sou louca, mas q.B. (quoficente de Beta, a 2*. letra do alfabeto grego,), mas eu prefiro o latino, aliás, moro no canto formado p R. Latino Coelho e Cândido dos Reis, em Silves, a cidade mais mourisca e vermelha, dado o seu grés natural de sempre!. Resumindo: a m admiração p si vem de longo tempo, de tempos quase imemoriais… andei a copiar os s poemas, sempre c a ref. do autor, claro, pq ñ quero plagiar os autores a q faço ref., c medo do Estado, p causa dos direitos de autor… Copiei o seu poema “ como fazer azul”, pq é a m cor preferida.
Ñ o vi já numa sessão na Biblioteca Mun. de Silves?
Os m respeitosos cumprimentos.
Maria Lúcia Cabrita, uma escrevinhadora.
Ñ o vi já numa sessão na Biblioteca Mun. de Silves?
Os m respeitosos cumprimentos.
Maria Lúcia Cabrita, uma escrevinhadora.
27/outubro/2021