- Deus não vivia naquela igreja. As estátuas transmitiam a imagem do nada. Eu era o sobrenatural naquela catedral. Era a única coisa imortal que jazia consciente sob seu teto! Solidão. Solidão até a loucura. Em minha visão, a catedral estremecia. Os santos balançavam e caíam. Ratos comiam a Santa Eucaristia e se aninhavam nas vigas. Um rato solitário com uma enorme cauda continuou roendo a toalha podre do altar até o candelabro cair e rolar pelas pedras cheias de limo. E eu continuei de pé. Intocado. Imortal. Agarrando subitamente a mão de tinta da Virgem e vendo -a quebrar -se em minha palma, esfarelada por meus dedos.
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