Fernando Pessoa
Fernando António Nogueira Pessoa, mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta, filósofo e escritor português. Fernando Pessoa é o mais universal poeta português.
1888-06-13 Lisboa, Portugal
1935-11-30 Lisboa
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UMA VOZ: Silente, medonho,
UMA VOZ:
Silente, medonho,
Embebido em sonho
Sombrio e profundo
É o mistério do mundo.
SEGUNDA VOZ:
Tecido de horrores,
Mordido de dores
Agudas de medo,
E do mundo o segredo.
TERCEIRA VOZ:
Submerso
É o Ser do universo.
UMA VOZ DOLORIDA
Mesmo que além do mundo (...) não seja
Ainda assim há-de sonho e dor,
Boca que ri, o lábio que beija
Seu ódio ter, ter o seu horror.
Nem só além do mundo há tristeza,
Silente horror o mistério tem,
Nem que humilde e com singeleza
Seja aqui DOR corno HORROR além.
Há muita voz — ouvi com espanto -
A quem dá o mundo (...) de chorar
Não só pensar tão triste o canto,
Basta viver, para soluçar.
Silente, medonho,
Embebido em sonho
Sombrio e profundo
É o mistério do mundo.
SEGUNDA VOZ:
Tecido de horrores,
Mordido de dores
Agudas de medo,
E do mundo o segredo.
TERCEIRA VOZ:
Submerso
É o Ser do universo.
UMA VOZ DOLORIDA
Mesmo que além do mundo (...) não seja
Ainda assim há-de sonho e dor,
Boca que ri, o lábio que beija
Seu ódio ter, ter o seu horror.
Nem só além do mundo há tristeza,
Silente horror o mistério tem,
Nem que humilde e com singeleza
Seja aqui DOR corno HORROR além.
Há muita voz — ouvi com espanto -
A quem dá o mundo (...) de chorar
Não só pensar tão triste o canto,
Basta viver, para soluçar.
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