Manuel Bandeira

Manuel Bandeira

Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro.

1886-04-19 Recife, Pernambuco, Brasil
1968-10-13 Rio de Janeiro, Brasil
1897629
64
1775

Inscrição

Aqui, sob esta pedra, onde o orvalho roreja,
Repousa, embalsamado em óleos vegetais,
O alvo corpo de quem, como uma ave que adeja,
Dançava descuidosa, e hoje não dança mais...

Quem não a viu é bem provável que não veja
Outro conjunto igual de partes naturais.
Os véus tinham-lhe ciúme. Outras, tinham-lhe inveja.
E ao fitá-la os varões tinham pasmos sensuais.

A morte a surpreendeu um dia que sonhava.
Ao pôr do sol, desceu entre sombras fiéis
À terra, sobre a qual tão de leve pesava...

Eram as suas mãos mais lindas sem anéis...
Tinha os olhos azuis... Era loura e dançava...
Seu destino foi curto e bom...
— Não a choreis.
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Sandra L.C. Amorim
Desde que o li pela primeira vez, fiquei profundamente comovida com as palavras desse poema. Eu havia acabado de perder o meu único e amado irmão e a minha dor era excruciante. O meu maninho, também era alvo, louro e tinha lindos olhos azuis. Lá se vão quarenta e dois anos e parece que foi ontem. Muitas vezes ao visitar o seu túmulo, deixei esse poema escrito sobre a lápide onde o orvalho rorreja e o lindo anjo louro que dançava como uma ave que adeja, já não dançava mais. Quanta saudade, ó Deus. Suas mãos eram tão brancas que pareciam feitas de cera. meu amado irmãozinho. Estou esperando para rever você, nossoa pais e o meu doce e amado esposo, quando nos reuniremos junto com os demais ancestrais e jamais choraremos e gemeremos 'ais'. Lembranças, sem dor!
21/agosto/2024
Sandra Lúcia Amorim
Desde que o li pela primeira vez, fiquei profundamente comovida com as palavras desse poema. Eu havia acabado de perder o meu único e amado irmão e a minha dor era excruciante. O meu maninho, também era alvo, louro e tinha lindos olhos azuis. Lá se vão quarenta e dois anos e parece que foi ontem. Muitas vezes ao visitar o seu túmulo, deixei esse poema escrito sobre a lápide onde o orvalho rorreja e o lindo louro que dançava como uma ave que adeja, já não dançava mais. Quanta saudade, ó Deus. Suas mãos eram tão brancas que pareciam feitas de cera. meu amado irmãozinho. Estou esperando para rever você, nossoa pais e o meu doce e amado esposo, quando nos reuniremos junto com os demais ancestrais e jamais choraremos e gemeremos 'ais'. Lembranças, sem dor!
21/agosto/2024

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