Manuel Bandeira
Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro.
1886-04-19 Recife, Pernambuco, Brasil
1968-10-13 Rio de Janeiro, Brasil
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1777
Embolada do Brigadeiro
— Não voto no militar; voto no homem escandaloso.
— Ué, compadre, quem é o homem escandoloso?
— O Brigadeiro.
— Escandaloso?
— Escandaloso.
— Escandaloso por quê?
— Ora, ouça lá o meu corrido:
Homem mesmo escandaloso,
Pois não mata,
Pois não furta,
Pois não mente,
Não engana, nem intriga,
Tem preceito, tem ensino:
Foi assim desde tenente,
Foi assim desde menino!
Homem mesmo escandaloso!
Não tem mancha,
Não tem medo,
Quem não sente?
Brigadeiro da fiúza,
Sem agacho, sem empino:
Foi assim desde tenente,
Foi assim desde menino!
Homem mesmo escandaloso!
Não é bruto,
Ambicioso,
Maldizente,
Nunca diz um disparate,
Nunca faz um desatino:
Foi assim desde tenente,
Foi assim desde menino!
Homem mesmo escandaloso!
Não zunzuna
Nem não fala
Atoamente:
Será nosso Presidente,
Estava no seu destino
Desde que ele era tenente,
Desde que ele era menino!
— Tem razão, compadre, vamos votar nele.
— Ué, compadre, quem é o homem escandoloso?
— O Brigadeiro.
— Escandaloso?
— Escandaloso.
— Escandaloso por quê?
— Ora, ouça lá o meu corrido:
Homem mesmo escandaloso,
Pois não mata,
Pois não furta,
Pois não mente,
Não engana, nem intriga,
Tem preceito, tem ensino:
Foi assim desde tenente,
Foi assim desde menino!
Homem mesmo escandaloso!
Não tem mancha,
Não tem medo,
Quem não sente?
Brigadeiro da fiúza,
Sem agacho, sem empino:
Foi assim desde tenente,
Foi assim desde menino!
Homem mesmo escandaloso!
Não é bruto,
Ambicioso,
Maldizente,
Nunca diz um disparate,
Nunca faz um desatino:
Foi assim desde tenente,
Foi assim desde menino!
Homem mesmo escandaloso!
Não zunzuna
Nem não fala
Atoamente:
Será nosso Presidente,
Estava no seu destino
Desde que ele era tenente,
Desde que ele era menino!
— Tem razão, compadre, vamos votar nele.
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