A meu Pai
Esqueço todo bem que, em minha estrada,
Prodigamente, como um Deus, semeio,
Fazendo meu o sofrimento alheio,
Amparando toda alma abandonada.
Quantas e quantas vezes tenho em meio
Da vida, dentro a noite erma e gelada,
Confortado a velhice desgraçada,
Na mornidão amiga do meu seio!
Para servir aos meus irmãos padeço
E dou-lhes a água e o pão, o teto e o leito
E o beijo que consola e que bendiz...
Mas todo bem que faço logo esqueço
Para guardar apenas no meu peito,
A saudade de um bem que eu nunca fiz...
Prodigamente, como um Deus, semeio,
Fazendo meu o sofrimento alheio,
Amparando toda alma abandonada.
Quantas e quantas vezes tenho em meio
Da vida, dentro a noite erma e gelada,
Confortado a velhice desgraçada,
Na mornidão amiga do meu seio!
Para servir aos meus irmãos padeço
E dou-lhes a água e o pão, o teto e o leito
E o beijo que consola e que bendiz...
Mas todo bem que faço logo esqueço
Para guardar apenas no meu peito,
A saudade de um bem que eu nunca fiz...
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