Tristão da Cunha
Tristão da Cunha foi cavaleiro do conselho d'El-Rei D. Manuel I, explorador português e comandante naval. Foi nomeado, em 1504, o primeiro vice-rei da Índia Portuguesa, mas não chegou a ocupar o cargo por motivos de cegueira temporária.
1460-01-01 Lisboa
1540 Reino de Portugal
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Virgem Primitiva
A pobre Ofélia deu-lhe os tristes olhos mansos
Onde bóia um luar de sonhos afogados;
Mãos piedosas dormindo em gestos resignados,
De tarde, a meditar nos eternos descansos.
Há idílios de irmãos, inviolados remansos,
Soluços de ternura, e sorrisos cansados,
E saudades que não vem dos tempos passados,
No sobre-humano olhar daqueles olhos mansos.
Eu vejo-a morta já (que tristeza tão doce!...)
As mãos no colo em cruz e branca de alabastros,
Noiva morta de amor na primeira manhã...
Na Via-Láctea que a leva, pura como a trouxe,
Florindo-lhe o caminho anjos espalham astros,
E a lua vai seguindo atrás, como uma irmã...
Onde bóia um luar de sonhos afogados;
Mãos piedosas dormindo em gestos resignados,
De tarde, a meditar nos eternos descansos.
Há idílios de irmãos, inviolados remansos,
Soluços de ternura, e sorrisos cansados,
E saudades que não vem dos tempos passados,
No sobre-humano olhar daqueles olhos mansos.
Eu vejo-a morta já (que tristeza tão doce!...)
As mãos no colo em cruz e branca de alabastros,
Noiva morta de amor na primeira manhã...
Na Via-Láctea que a leva, pura como a trouxe,
Florindo-lhe o caminho anjos espalham astros,
E a lua vai seguindo atrás, como uma irmã...
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