Américo Facó

1885-10-21 Beberibe
1953-01-03 Rio de Janeiro
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Os Sátiros

De corpos nus, por entre a espessa mata, o bando
Dos Sátiros se interna em constante procura:
Ora um se adianta, além, na intrincada espessura,
E ora outro mais se afasta — olhos fitos, buscando...

Esse, que tem no lábio o rubescente e brando
E esplêndido frescor de uma fruta madura,
Abre o lábio a sorrir... Vendo aquele a frescura
De uma corrente, bebe a água que vai rolando...

Soa ao longe um rumor! o ardente bando, à espreita,
Aquieta-se. E por fim, loiras, nuas, aflantes;
Vêm as Ninfas, a rir, descuidosas, sem vê-los...

E os Sátiros, que à sombra esperavam na estreita
Passagem, de repente erguem-se, — e os mais amantes
As prendem, lhes cingindo a cintura e os cabelos...

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