Antero de Figueiredo
Antero de Figueiredo foi um escritor português.
1866-11-28 Coimbra
1953-04-10 Foz do Douro, Porto
1718
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Alguns Poemas
Biografia
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Livros
Matriculou-se em Medicina na Universidade de Coimbra, tendo convivido com os espíritos mais marcantes da Academia, como António Nobre, Alberto de Oliveira, Agostinho de Campos, João Penha e António Fogaça. Obrigado, por doença, a interromper os estudos, viajou pela Espanha, França, Itália, Estados Unidos e Inglaterra. Foi durante a sua permanência na América que escreveu o seu primeiro livro, o poema em prosa Trístia, que veio a ser prefaciado por João Penha e com o qual fez a sua estreia literária. De volta a Portugal, matriculou-se no Curso Superior de Letras de Lisboa, concluindo os estudos em 1895, com as mais altas classificações. Durante alguns meses foi director da Escola de Belas-Artes do Porto (1918) e pertenceu, desde 1911, à Academia das Ciências de Lisboa. Dotado de uma fina sensibilidade plástica e de um temperamento fortemente sensorial, apurou-se na pintura, tanto das paisagens como das personagens, compondo cuidadosamente grandes frescos históricos, numa linguagem que alia o requinte à sobriedade, a erudição à observação pessoal. Deixou-nos impressões de viagens, novelas passionais vagamente camilianas, em que o lirismo romântico se combina com a exacerbação carnal, e cuidadas reconstituições históricas. Na última fase, a sua ficção tornou-se uma apologética do catolicismo, procurando reencontrar a fé pelos caminhos da arte. Tentou também o teatro, com a peça em 3 actos Estrada Nova (1900), mas abandonou completamente este género. É de assinalar que o romance naturalista Cómicos (espécie de «amor de perdição» de um homem por uma mulher, que acaba por levá-lo ao suicídio) apresenta pela primeira vez na história do nosso romance a observação «feita do interior» da psicologia de uma mulher, que não se rege pelos códigos de comportamento tradicionalmente atribuídos à mulher burguesa. A impossibilidade da relação amorosa é, neste caso (e isto é uma novidade no panorama do romance nacional), devida ao antagonismo de duas formas de amor: a do homem, tradicional, burguês, para quem a mulher é objecto de posse e adoração, e a de uma actriz, «cómica», para quem o amor, por maior que seja, não pode constituir obstáculo à sua liberdade. Antero de Figueiredo distingue-se sobretudo pelo domínio da língua, que retocou até ao purismo e mesmo ao rebuscamento.