Fernanda Botelho
Maria Fernanda de Faria e Castro Botelho foi uma escritora portuguesa. Era parente afastada do escritor Camilo Castelo Branco.
1926-12-01 Porto, Portugal
2007-12-11 Lisboa
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Alguns Poemas
Biografia
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Livros
Poetisa e ficcionista, frequentou o curso de Filologia Clássica em Coimbra, curso que completaria em Lisboa. Aqui iniciou uma longa amizade com Maria Judite de Carvalho e relacionou-se com Couto Viana, Mourão-Ferreira e Luís de Macedo, tendo com estes dirigido os cadernos de poesia Távola Redonda, no primeiro dos quais (Janeiro de 1950) se estreou com seis poemas, publicando um total de vinte e três até Julho de 1954. Colaborou também em várias outras revistas e jornais, como Graal, Europa, Panorama, Tempo Presente, Diário de Notícias, e ainda na TV, no programa «Convergência».Fez bastantes traduções, de que salientamos O Inferno, de Dante, que lhe valeu uma medalha da Direcção Geral das Relações Culturais de Itália. Seleccionou, traduziu e prefaciou uma Antologia da Literatura Flamenga. Em 1951 foi contratada como secretária da delegação em Lisboa do Turismo Oficial da Bélgica, tendo assumido posteriormente a direcção desta delegação. Foi agraciada, em Portugal, com o grau de Grande-Oficial da Ordem de Mérito e, na Bélgica, com a Ordem de Leopoldo I. Sintetizando as perplexidades da geração de cinquenta-sessenta, os romances de Fernanda Botelho dão conta de um olhar-testemunho sobre o seu tempo, através de uma expressão distanciada a que não é estranha a ironia ou o sarcasmo e que, do ponto de vista formal, se inscreve nas técnicas e formas do Novo-Romance, seja pela via do registo seco, elíptico, descritivo, seja, com a mesma correcção da frase, por uma expansão mais fluente do discurso, a que também é presente a exploração de sonoridades rítmicas e do valor simbólico da palavra. E estes são procedimentos estilísticos que, a avaliar pela apreciação de Jorge de Sena, também parecem informar a sua poesia: «[...] árida, sarcástica, anti-lirica [...] vivendo a sua lucidez na desagregação e pela desagregação de uma desassombrada e cínica visão que usa insolitamente as palavras e os símbolos.»