Gonçalves Crespo
António Cândido Gonçalves Crespo foi um jurista e poeta de influência parnasiana, membro das tertúlias intelectuais portuguesas do último quartel do século XIX.
1846-03-11 Rio de Janeiro, Brasil
1883-06-11 Lisboa
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Poeta, tradutor e deputado português, nascido no Brasil. Filho de um comerciante português e de uma mestiça brasileira, veio para Portugal com catorze anos de idade. Estudou na Universidade de Coimbra, onde se formou em Direito, em 1875. Foi considerado o introdutor do parnasianismo em Portugal, colaborando na publicação A Folha, instrumento divulgador do ideal estético daquele movimento. Assinou artigos em vários jornais e participou no salão da escritora Maria Amália Vaz de Carvalho, com quem casaria mais tarde. Aqui aproveitou para se dar a conhecer nos meios mundanos das letras e da política, abrindo-se-lhe as portas para uma carreira de deputado.
A sua poesia revela influências dos poetas franceses (Théophile Gautier, Leconte de Lisle, Sully Prudhomme, Verlaine, Mallarmé e Baudelaire), sendo marcada pelo uso de descrições realistas e exactas e uma extrema preocupação a nível estilístico. Em alguns dos seus poemas a influência parnasiana coabita com certos lugares comuns ultra-românticos (tema, figuras históricas e acontecimentos contemporâneos). Gonçalves Crespo cantou as saudades do Brasil e da mãe, que se manteve por lá, em poemas doridos e angustiados, como o soneto «Mater dolorosa», mas cantou também o mar e os grandes feitos dos navegadores portugueses em Camoniana. Publicou dois livros de poemas, Miniaturas (1871) e Nocturnos (1872), que se encontram reunidos nas Obras Completas (1897) do autor, com prefácio de Teixeira de Queirós e Maria Amália Vaz de Carvalho.