7diasdedor
Marcelo Felipe Toledo Bortolotto, ou apenas, O louco no ápice dos seus 24 anos, nascido em Curitiba, vivendo em Laranjeiras do Sul, PR. Escrevendo mais do que vivendo, e consequentemente vivendo mais pelas histórias inventadas do que a própria vida.
1997-02-15 Laranjeiras do Sul, PR
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Boteco.
[...] Sem perceber, me pego pensando em tempos passados e na saudade de um certo alguém, que ainda residia em meu peito, com uma presença ardente e marcante como as chamas que queima e devasta as florestas inóspita aos homens.
Deixe-me explicar melhor o que acontecia. Cerca de quatro anos atrás, havia conhecido um pobre rapaz sem muita riqueza mas ainda assim, muito afortunado de imaginação e por isso não morreu de fome. Tirava seu sustento diário, com o esforço do seu trabalho não muito reconhecido mas muito apreciado - ao menos por este que vos fala.
Todos os dias, no mesmo horário ele chegava quieto, calado e cabisbaixo ao seu local de trabalho, sentava na mesa do canto e bebia sozinho pelo menos dois ou três copos de cerveja e por fim, uma dose de licor de Jaboticaba.
Então, batia sua roupa, tirava a poeira e a tristeza que trazia junto de ti. Levantava e vinha em direção ao centro do salão do boteco, parava em pé de olhos fechados, ofuscado pela luz que brilhava fraca.
- "Contava-me histórias de infância, aquelas criança que brincavam pelas ruas, pelas árvores e pelas nuvens, contava-me histórias que já não me lembrava[...]"
Começando então, o seu monologo longo e demorado, porém muito bem arranjado, dos que faz a mente nos transportar para outros tempos, tempos do passado, tempos velhos que não voltam mais, assim enchendo os corações de nostalgia. Ao fim da sua apresentação, como de costume, ele torna a sentar na mesa do canto e pedia mais uma bebida, deixando seu chapéu próximo a borda da mesa, para que depositasse algum trocado como forma de agradecimento. Bebia seu último trago, se despedia de todos no boteco e partia para a rua, onde geralmente dormia ou apenas apreciava a vista da noite clara pela luz da lua e das estrelas, acompanhado da sua imensa solidão.
O fato é, aquele jovem rapaz de vasta imaginação criativa, morreu. Morreu por uma nevasca que atingiu a região, seu corpo foi encontrado dias depois da neve sumir, em um beco qualquer, em uma situação de dar dó.
Aquele boteco, nunca mais foi o mesmo, e a mesa do canto nunca mais foi usada por ninguém.
Deixe-me explicar melhor o que acontecia. Cerca de quatro anos atrás, havia conhecido um pobre rapaz sem muita riqueza mas ainda assim, muito afortunado de imaginação e por isso não morreu de fome. Tirava seu sustento diário, com o esforço do seu trabalho não muito reconhecido mas muito apreciado - ao menos por este que vos fala.
Todos os dias, no mesmo horário ele chegava quieto, calado e cabisbaixo ao seu local de trabalho, sentava na mesa do canto e bebia sozinho pelo menos dois ou três copos de cerveja e por fim, uma dose de licor de Jaboticaba.
Então, batia sua roupa, tirava a poeira e a tristeza que trazia junto de ti. Levantava e vinha em direção ao centro do salão do boteco, parava em pé de olhos fechados, ofuscado pela luz que brilhava fraca.
- "Contava-me histórias de infância, aquelas criança que brincavam pelas ruas, pelas árvores e pelas nuvens, contava-me histórias que já não me lembrava[...]"
Começando então, o seu monologo longo e demorado, porém muito bem arranjado, dos que faz a mente nos transportar para outros tempos, tempos do passado, tempos velhos que não voltam mais, assim enchendo os corações de nostalgia. Ao fim da sua apresentação, como de costume, ele torna a sentar na mesa do canto e pedia mais uma bebida, deixando seu chapéu próximo a borda da mesa, para que depositasse algum trocado como forma de agradecimento. Bebia seu último trago, se despedia de todos no boteco e partia para a rua, onde geralmente dormia ou apenas apreciava a vista da noite clara pela luz da lua e das estrelas, acompanhado da sua imensa solidão.
O fato é, aquele jovem rapaz de vasta imaginação criativa, morreu. Morreu por uma nevasca que atingiu a região, seu corpo foi encontrado dias depois da neve sumir, em um beco qualquer, em uma situação de dar dó.
Aquele boteco, nunca mais foi o mesmo, e a mesa do canto nunca mais foi usada por ninguém.
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