Carla Furtado Ribeiro

Carla Furtado Ribeiro

Poetisa

1977-06-13 Coimbra
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ESTÁTUA DO TEMPO

Sucedem-se dias como colinas áridas
No desafio da exaustiva caminhada.
Não te deixes erodir pela corrosão do vento,
Pois nem o tempo ilude a eternidade.
( Tu és a tua alma, mas a tua alma é mais )
Procura-te, mas, nunca te encontres totalmente,
E se te pensas encontrar, perde-te novamente,
Pois só na escuridão dos dias a luz da alma faz sentido.
( Tudo sombrio e denso... Ah! Se não fosse o céu da tua alma... )
Pensas-te uma estátua
Que se embriaga de vento e nunca passa.
Não percebes que és somente
Um átomo inserto na estátua do tempo,
E que tu é que passas pelo tempo e não o tempo que passa...
Que és como uma vaga num oceano imóvel
E que, no entanto, também tu és composto da matéria das águas...
Deveras, os dias, sucedem-se e parece,
Que nada sobre nada permanece...
Mas, é a impermanência um atributo da eternidade. 
A respiração incessante do mundo:
... Deus-na-sua-interna-felicidade...




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