Frederico de Castro
Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
1961-06-20 Bolama
245473
6
35
Pra lá da noite...
Pra lá da noite quente madura, errante e apetecível
Esconde-se um breu requintado, tímido e imperceptível
No céu ouvem-se os gritos e gemidos de um afago infalível
Pra lá da noite o tempo escoa devagarinho e indefectível
Soletra palavras que rimam com este silêncio irredutível
Penetra na fauna de cada lamento feroz e irascível
Pra lá da noite cada hora elege sua angústia inexorável
No limite acampa ao redor da esperança fluindo imparável
Sua dimensão extrapola toda esta emoção tão inquebrantável
Frederico de Castro
79
0
Mais como isto
Ver também