291 - MÃE DAS FAVELAS

Ó, mãe, tão duro pelo pão trabalhas
E à noite enfim retornas às favelas.
Não queres que o teu filho goste delas
Ou que do crime viva das migalhas.

Nos becos recomeçam as batalhas.
Tu trancas toscas portas e janelas
E, como sempre, apenas o interpelas
Sobre o dia mas não responde e ralhas.

Há almas miseráveis, tão aflitas,
Em cujas faces foram já escritas
Angústias com a lama deste mangue.

Ó, mãe, de desespero agora gritas:
Sob os barracos sobre palafitas
Há lixo, esgoto, o corpo dele e sangue!

(Autor: Eden Santos Oliveira. Escrito em 05/10/2020)
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