O Filho Que Não Tive
Rostos cobertos em paralelo
nos bancos vazios de uma praça
fechada, passos de quem passa
arrastando o sapato ou o chinelo
no chão, refletindo a tarde nublada.
Eu olho para baixo e enxergo o grão
de gente crescendo na terra molhada,
aumenta-se a paixão espraiada
cujo o motor é sempre a vazão
da dualidade deflorada.
Sinto o ar e contorno com as mãos
um corpo que nunca segurei
e os olhos que nunca me olharam.
Sigo o desfalque dos artesãos
ao pensar que sequer beijei
a pele pura dos que restaram.
Meus ares são elipses vazias
achatando os átomos restantes
- tornando-se nada em instantes -
das partes que viram os dias.
O que me move é a alma infante
sem ciência do tempo, sol ou lua,
presente e, ainda assim, distante
da vida, do campo ou da rua.
nos bancos vazios de uma praça
fechada, passos de quem passa
arrastando o sapato ou o chinelo
no chão, refletindo a tarde nublada.
Eu olho para baixo e enxergo o grão
de gente crescendo na terra molhada,
aumenta-se a paixão espraiada
cujo o motor é sempre a vazão
da dualidade deflorada.
Sinto o ar e contorno com as mãos
um corpo que nunca segurei
e os olhos que nunca me olharam.
Sigo o desfalque dos artesãos
ao pensar que sequer beijei
a pele pura dos que restaram.
Meus ares são elipses vazias
achatando os átomos restantes
- tornando-se nada em instantes -
das partes que viram os dias.
O que me move é a alma infante
sem ciência do tempo, sol ou lua,
presente e, ainda assim, distante
da vida, do campo ou da rua.
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