AurelioAquino
Deixo-me estar nos verbos que consinto, os que me inventam, os que sempre sinto.
1952-01-29 Parahyba
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Procissão da vida em torno do futuro
e eis o futuro
a comer-nos
com seus olhos
e eis o amanhã
germinando nas calçadas
nos esgotos
e nas portas
e de ti, parado,
não seja mais que tumba
no deserto dos ossos
no ruído do esforço
de todos os lumumbas
e eis-nos
céleres humanos
a roer a nossa carne
cheia de anos
e de ti a idade
eis-nos aproximados
pelo muito de morte
que levamos nos braços
mais eis-nos vida
mesmo com a morte
a vencer a partida
quando se é mais ao norte
e eis-nos fracos
vencedores da idade
pelo muito de futuro
que existe na liberdade
e eis-nos gente
grávidos de vontade
a febre infinita
de toda liberdade
e eis-nos martelos
de pregar a história
no quadro mais geral
de nossos olhos
a comer-nos
com seus olhos
e eis o amanhã
germinando nas calçadas
nos esgotos
e nas portas
e de ti, parado,
não seja mais que tumba
no deserto dos ossos
no ruído do esforço
de todos os lumumbas
e eis-nos
céleres humanos
a roer a nossa carne
cheia de anos
e de ti a idade
eis-nos aproximados
pelo muito de morte
que levamos nos braços
mais eis-nos vida
mesmo com a morte
a vencer a partida
quando se é mais ao norte
e eis-nos fracos
vencedores da idade
pelo muito de futuro
que existe na liberdade
e eis-nos gente
grávidos de vontade
a febre infinita
de toda liberdade
e eis-nos martelos
de pregar a história
no quadro mais geral
de nossos olhos
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