A prisão que liberta
Vê-me aqui novamente
a desfilar sobre as circustâncias?
a escrita soma á minha vida
certo aroma ás essências
aroma esse que eleva
traz a lua e me deixa mirando as estrelas
durante as máximas de linhas e pontos
difere alguma ou são as mesmas?
cada livro é um abismo
cada capítulo uma danação
em cada frase eu afundo
e em cada letra há uma renovação
não me fio a um objetivo
nem espero algum final
minha anatomia me define
casca de um humano
sobre a carne de um animal
a realidade me cansa
há muitas pessoas por aqui
nessa ilusão eu me prendi
e a chave eu perdi
celas com barras de metal
vejo entre elas
cabeças baixas
corpos moribundos
passos sem direção
olhares de olhos fundos
deixe-me aqui
observando o cotidiano
dentro de mim ainda sou jovem
lá fora envelheço
décadas a cada ano