Carol Ortiz

Carol Ortiz

A minha intensidade vomita existências...

18 setembro Campinas, SP
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Lucidez brutal

(não sou monstro e menos ainda um projeto de salvação)

Nasci sem pele,
descascada,
nua de proteção
Meu sorriso infeccionava
todo dia...
ardia aqui,
queimava ali
até ter pus

Sons profundos 
cheiros adoeciam
sabores indizíveis 
e até desprezíveis
tudo era demais

Criava mundos de sonhos 
de Bicho-papão 
num modo sobrevivência 
à correnteza de confusão 

Cresci no furacão,
redemoinho de gente
tudo era forte, 
gritando, 
acontecendo,
sem um porquê
informações, todas juntas,
conflitando
com o fato de eu ser...
...ser o quê?....

A verdade-curto-circuito 
de intensidade,
num grande mar de sensações inundando as vidas que toquei
e, de verdade,
(eu sei) modifiquei 
naquele louco frenesi

Sucumbi ao vendaval 
tantas vezes!
Mergulhava na vida,
lambuzava as feridas,
criei, voei, cruzei marcas
e - me - marquei
foram inúmeras 
as vezes que enlouqueci
e chorei...como chorei

Estou cansada,
cansei de ser eu:
intensa e desperta
uma ilha deserta
uma peça quebrada
estragada
no meio de todo um mundo
que não sabe acolher

Minhas lágrimas pedem trégua 
já andei por tantas léguas 
que estou sem condição  
de lutar por todo o sempre
não quero que me temam
muito menos me salvem,
quero respirar sem dor, 
sem essa coisa de ser extrema
quero o vômito das mágoas 
e o perdão de um poema

Cacal 
2025

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Ademir Domingos Zanotelli
Minha cara poetisa... este poema é muito dramático... sinto nos nervos as suas pulsações. abraço-te todos os dias , pois estou na sua procura. que me dá muito prazer. Abraços = Ademir Domingos Zanotelli - O poeta.
14/outubro/2025

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