Maria Antonieta Matos
Maria Antonieta Rosado Mira Valentim de Matos - MARIA ANTONIETA MATOS, nasceu em 1949 em Terena, Concelho de Alandroal e reside em Évora, Alentejo, Portugal
SONHAR
Ouço o bramido do mar
Como se fosse aqui perto
Sinto a frescura do ar
E o sol bem descoberto
Vejo todo o horizonte
Vejo o prado, vejo o deserto
Vejo ali um grande monte
Vejo um caminho incerto
Ouço o som da ribeira
E sigo todo o seu percurso
Contemplo tudo ali à beira
Num silêncio absoluto
Ouço o som dos passarinhos
Num chilrear de melodias
Vejo as cegonhas nos ninhos
Vejo no bico o que trazem
Pr’a alimentar os filhinhos
Vejo os desenhos que fazem
No ar quando eles voam
E quando os filhos se perdem
As mães logo apregoam
Vejo as nuvens contrastando
Na paisagem colorida
E o sol vem se mostrando
Para o crescimento da vida
Vejo muitos animais
Comendo no verde prado
Vejo muitos olivais
E vejo o trigo dourado
Vejo os peixinhos do mar
Deslizando alegremente
E dou comigo a navegar
Numa aventura delirante
Sinto o vento levemente
Como quem brada por mim
Mostrando-me alegremente
Toda a paisagem sem fim
Vejo os vales e montes
E vejo tudo de branco
Vejo geladas as fontes
Corro tudo sem descanso
Depois de muito caminho
O céu começa a chorar
E balbuciou-se baixinho
Sou chuva, vou te molhar
Acordei de contentamento
Porque gosto de me molhar
Sentir o belo momento
E vi sementes a germinar
Os campos estavam floridos
Pintados com lindas cores
E sussurravam zumbidos
Num namoro às flores
Poisaram abelhas de mel
Coloridas borboletas
Rastejavam bicharocos
Nas flores indefesas
Maria Antonieta Matos