Maria Antonieta Matos

Maria Antonieta Matos

Maria Antonieta Rosado Mira Valentim de Matos - MARIA ANTONIETA MATOS, nasceu em 1949 em Terena, Concelho de Alandroal e reside em Évora, Alentejo, Portugal

1949-01-09 S. Pedro de Terena - Alandroal - Evora
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Alguns Poemas

CICLO DA LÃ

Num concerto sensacional

As ovelhas chocalhando

Mééé… para o ar a cantar

Com os pássaros chilreando


Aqui e ali anda um grilo

Ritmando a sonoridade

Num prado verde tranquilo

Reina grande felicidade


Gado ovino são ovelhas

Guardadas pelo pastor

O cão é seu grande ajuda,

Companheiro e protector


Às ovelhas cresce a lã

No inverno sabe lhe bem

Mas quando chega o calor

A tosquia é que convém


É um trabalho feito à sombra

Pois despende grande esforço

O homem fica encurvado

Queixando-se depois do dorso


O corte com a tesoura

Já ficou ultrapassado

Agora existe uma máquina

Faz o trabalho despachado


O velo é bem escolhido

Com água tépida lavado

Depois fica a secar

Num local apropriado


Para desfazer nós existentes

E a porção ficar igual

Esguedelhar e carpear

São processos para passar


Posteriormente é cardada

Com borrifos de azeite

Para ficar mais desenriçada

De qualidade mais aceite


Com o auxílio de um fuso

A lã é transformada em fio

Operação artesanal, em uso

À noite ao serão te desafio


Puxando e alongado

Torcendo e enrolando

Anda de fuso em fuso

E sempre recomeçando


Finalmente é dobada

Na forma de um novelo

E assim fica preparada

Para fazeres o teu modelo


Pode ser uma camisola

Ou então um par de meias

Umas calças com virola

Ou o vestido que anseias


Outro caminho a seguir

Que antecede a tecelagem

A urdidura vem distinguir

No tear, cada fio na modelagem


Urdidura é um aparelho

Com uma armação de prumos

Distanciados e parelhos

Em tornos fixos, em resumo


Por eles passam os fios

E inicia outro processo

Monta-se seguir o tear

E à tecelagem tem acesso


Aqui opera o bom gosto

E a mistura da cor

Delicias-te pressuposto

Do trabalho inovador


A lã depois de tecida

Retirada do tear

Fica pouco favorecida

É preciso a pisoar


A pisoagem faz-se no pisão

Engenho artesanal

É movido pela água

E está em vias de extinção


Com maços de madeira

Fortemente a bater

No tecido molhado

Com água a ferver


Deste modo vai adquirir

A textura mais compacta

Capaz de corresponder

À aplicação exacta

Maria Antonieta Matos 25-08-2012


AS EMOÇÕES DO TEMPO


Ó tempo, que trocaste teus hábitos,
Que me enganas em cada estação,
Que atormentas os povos com errada decisão,
Mas que nos trazes às vezes a luz da razão.

Eram quatro as estações do ano,
Que aprendi desde muito cedo,
Cada uma ostentava emoção,
De alegria, tormenta e medo.

No inverno intensa chuva,
Dia e noite lavravam ribeiros,
Choravam os beirais no chão,
Acenando o arvoredo.

Trovejava… gritavam luzes no céu,
Rugia o vento altivo,
Pintava-se o dia de breu,
Encharcado ficava o corpo,
Resfriado até ao osso,
Rodopiava o chapéu.

Alagada a terra frutífera,
Geminava a semente,
Lançada com mãos de “guerra”,
Um corrupio permanente.

Na chaminé estalava a chama,
O café perfumava a casa,
Os mais velhos contavam “estórias”,
Ia-se cedo para cama.

E lá vinha a primavera,
Colorida e luminosa,
Tudo era verde e florido,
A cada canto uma rosa.

Seduziam as andorinhas no céu,
Chilreando de contentes,
Olhares concebiam véus,
Traçando linhas cadentes.
Às vezes tinha chuva, tinha vento,
Tempo ameno, trovoada,
A cultura agradecia,
Nos regos, a vida surgia,
P’ la terra tão bem estrumada.

Espreitava o verão trazia chama,
O corpo exausto transpirava,
A hora da sesta só a cama,
Acalma a sonolência obstinada.

No campo o chapéu e o lenço,
Ensopavam o suor a dilacerar,
E aliviavam o sol ardente,
Tão baixo, tão eminente,
Difícil de suportar.

O outono vinha cansado,
Da secura do calor,
As árvores despiam a ramagem,
Punham o chão multicolor.

Ficava triste o outono,
De frio e nuvens cinzentas,
As noites longas de sono,
Tinham manhãs rabugentas.

Aclamava o vento e a chuva,
Com vontade de sorrir,
De mudar o seu vestido,
Num tom verde divertido,
Das suas árvores vestir.

Maria Antonieta Matos 26-01-2019
Maria Antonieta Rosado Mira Valentim de Matos - MARIA ANTONIETA MATOS, nasceu em 1949 em Terena, Concelho de Alandroal e reside em Évora, Alentejo, Portugal Aposentada da Função Pública
Editou o livro “ Visita à Aldeia da Terra” através de Edições Poejo, baseado e inspirado na Aldeia de esculturas em barro e cimento, sita em Arraiolos, livro de quadras e fotografias personalizadas na atividade e profissões da aldeia, apoiada pela junta de freguesia de Arraiolos. Fez apresentação do livro em escolas e Bibliotecas Municipais para crianças do jardim-de-infância, escola básica e séniores. Colabora em vários grupos de poesia e blogs.
Editou o livro "OLHARES RITMADOS - Nada Sou... Mais Do Que Eu", em 2022
Participação em Coletâneas: “Poetizar Monsaraz - Vol I” “Poetizar Monsaraz Vol II” “Nós Poetas Editamos V” “Nós Poetas Editamos VI” “Sentir D’um Poeta” “Eternamente Poeta” “Poesia sem Gavetas Parte III” “Poemário 2015” “Conto de Poetas Parte III” “Amor Eterno” \"Poemário 2016\" \"Apenas Saudade\" \" Fusão de Sentires\" \"Poemário 2017\" \"Mais Mulher\" \"Perdidamente II\" - Autores Edição - Pastelaria Studios Editora Grupo Múltiplas Histórias \"Sopro de Poesia\" - Autores Edição Orquídea Edições - Grupo Múltiplas Histórias \"Poesia a Cores\" - Pastelaria Studios Editora Grupo Múltiplas Histórias \"Dança das Palavras\" - Pastelaria Studios Editora \"Poesia com Reticências (...) - Pastelaria Studios Editora \"Poemário 2018\" - Pastelaria Studios \"Cascata de Palavras\" - Pastelaria Studios Editora \"Perdidamente Vol. III\" - Poem' Art - Grupo Literário Amigos - " Delírios de Verão"  - Delírios de Outono" "Poesia na Escola"  Verso & Prosa 

https://tradestories.pt/maria-matos/livro/visita-aldeia-da-terra
Manuella
Eu gostei muitoooo
30/julho/2020
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namastibet
obrigado por me ler
23/outubro/2017
Val
Gostei , escreves bem :)
22/setembro/2014
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Maria Antonieta Matos
Justiça
10 de Outubro de 2010 às 17:40
Para haver justiça,
não se olha a conhecidos!
não existem ricos nem pobres!
não existem influências!
Não há diferenças de cor, de qualidade ou quantidade!
Mas sim o individuo!
Maria Antonieta Matos
06/julho/2014
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Maria Antonieta Matos
Ser criativo
8 de Novembro de 2011
A criatividade e a arte multiplica saberes e enriquece o mundo de diversidade
Maria Antonieta Matos.
06/julho/2014
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Maria Antonieta Matos
Confiança
12 de Outubro de 2010 às 11:56
Sentimento de cumplicidade, amor puro, amizade, certeza,
Conhecimento.
Maria Antonieta Matos
06/julho/2014
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Maria Antonieta Matos
Sobrevivência
13 de Outubro de 2010 às 14:22
Esperança, Confiança, Força, Solidariedade, são lições que se podem tirar com o exemplo dos 33 mineiros, Chilenos subterramos na mina desde Agosto. Há momentos duros na vida... mas, o homem ou mulher quando se aplica, surpreende a sua inteligência, imaginação, criatividade e para quase tudo se encontra uma solução.Impressiona-me os cientistas e engenheiros .., que se aprisionam também de uma forma empenhada e árdua, em prol de estudos a favor da humanidade, como o podemos constatar no resgate dos mineiros! Foram pensados ao milímetro cada passo! Uma operação de sucesso!
Maria Antonieta Matos
06/julho/2014
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Maria Antonieta Matos
Esperança - Prisioneiros nas minas do Chile
9 de Outubro de 2010 às 22:44
Não há sensação de esperança de libertação maior, como a que sentimos quando estamos aprisionados! Só de pensar sinto sufoco!
Maria Antonieta Matos
06/julho/2014
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Maria Antonieta Matos
Saudade
9 de Outubro de 2010 às 22:47
Saudade! Um olhar distante, a aguça o desejo de ver perto!"

Maria Antonieta Matos
06/julho/2014

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