Maria Antonieta Matos
Maria Antonieta Rosado Mira Valentim de Matos - MARIA ANTONIETA MATOS, nasceu em 1949 em Terena, Concelho de Alandroal e reside em Évora, Alentejo, Portugal
OLHAR
Quando vejo o teu olhar
Fixo no meu sem parar
Leio o que neles me dizes
Sem uma palavra me dares
Se estás triste ou contente
Se tens ódio ou se me amas
Tudo o que o teu coração sente
Nos teus olhos se inflama
Quando vejo a natureza
Num silêncio interior
Desfruto aquela beleza
Num olhar mais sonhador
O que mata um jardim
É a indiferença do olhar
A inconsciência sem fim
Duma flor deixar murchar
Quando vejo olhar o umbigo
Sem nada ver ao redor
Um distanciamento é sentido
Por nele ver ambição maior
Há o olhar como um som
Expressivo revelador
Mostra o que alma projectou
Num momento inspirador
Olhar sábio que vê distante
Tudo pode descobrir
Realizar coisas importantes
Mesmo sem estar a agir
Um olhar diz uma coisa
Outra coisa diz outro olhar
Porque a diferença da coisa
Está no olhar a pensar
Um olhar atencioso
Vai fazer toda a diferença
Num doente ou no idoso
Pelo ato da deferência
21-01-2013 Maria Antonieta Matos