

Paulo Jorge
A poesia fatalista e decadentista é um exemplo sublime da exaltação da morte em todo o seu esplendor, e desde sempre eu retiro satisfação pessoal deste saborear tétrico da vida.
1970-07-17 Lisboa
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Holocausto
Famintas ali colocadas,
Tão cansadas,
Famílias destroçadas,
Ao frio largadas,
Humilhadas,
Mães e filhos,
Separados,
Despidos,
Açoitados,
À força levados,
Para a morte certa,
Gemidos,
Lamentos,
Gritos lancinantes,
Corpos caídos,
Silêncio estendido,
Loucos soldados,
O bem escarnecido,
Fornos cheios,
Lume acendido,
Fumo perdido,
Almas queridas,
Esvaziadas,
Hoje lembradas,
Amanhã esquecidas.
Lx, 12-5-2005
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