Vinicius Souza

Vinicius Souza

Apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no banco ou parentes importantes!

1990-07-31
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Os sinos

Os sinos tocam outra vez,

lá vão eles a seguir.

Cabisbaixos, mãos atadas sobre o dorso

Seguindo uníssonos o tilintar

Com seus pecados perdoáveis

E desejos indômitos.

Não são homens,

Não são mulheres

Apenas massas que caminham.

Movidos pela dor e pelo clamor

Privados de qualquer esperança.

Atentos aos sinos e trôpegos,

pois não avistam

o abismo diante de si.

Fracos, cansados, imundos

e bem trajados.

Sorrindo, cantando

sem qualquer paixão.

Mãos que se entrelaçam, vez por outra,

expelindo-se instantaneamente,

Pela denúncia desmedida

De uma alma fria e arredia.

Outrora o ódio era vivaz,

As flechas adejavam,

As tochas queimavam alhures

Nobres alijavam pobres

O filho, facínora

Denegria o pai.

Mas ao tocar dos sinos

Tudo se delia.

O vento pálido e cadavérico

A todos devorava e a tudo esquecia.

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