Desespero
O maluco da ala psiquiátrica. A cada dois passos, um toque igual na bordadura de madeira da parede. Três dedos da mão direita, em perfeita sincronia.
Uma cadência para equilibrar os dias que têm horas e minutos.
Uma cadência próxima da rotina que é necessária para agarrar a familiaridade do tempo e do espaço. Dos que estão do lado de fora da psiquiatria. Às vezes por acaso.
E se ao maluco falhar a bordadura de madeira? Se ela desaparecer?
E se ao outro - a mim, a ti... - falharem os traços que conhecem?
O maluco não me sai da cabeça.
Eliza Kinchington
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