ania_lepp

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"...escrever é a minha maneira de preencher um pouco do meu vazio... um jeito que encontrei de não me sentir tão só...não sou poeta, sou solidão... (ania)

1972-12-01 Porto Alegre
70235
12
22

Passado...(soneto)

Porque me fiz de tantas esperas,
de expectativas na ausência tua,
de sonhos a noite mirando a lua
a mente povoada de quimeras,

Não senti que solidão dilacera
que um coração só, não se habitua
a atrasos e tardanças, nem cultua
a desilusão que dele se apodera...

Não notei que essa minha indulgência
seria o fim, a cruel consequência
do teu alheamento, do teu enfado...

Porque me fiz só de complacência,
de flexibilidade e paciência,
não vi que o hoje já era passado...
(ania)

(Ouvindo Alone In The Dark - Flaer Smin)
https://www.youtube.com/watch?v=wXIqCbQqVls
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sergioricardo
Aplausos! Aplausos! Aqui vou dizer, o 'barroco' precioso desse soneto (inclusive o fecho de ouro) é muito mais que especial e notável: se destaca claramente acima do comum (ou do medíocre). Principalmente agora que estamos sofrendo com a temporada de crescentes safras de diletantes sem nenhum jeito para a coisa, aqueles que confundem desabafos juvenis rabiscados numa tira de papel higiênico com pseudo poesia, aqueles que jamais saber o que fazem, como farão a seguir ou o que foi que conseguiram fazer: o desejo de expressão, que não se expressa. Ou, apenas, exprime ninharias. Pois é, chega de tolerância. Chega de bonomia. É preciso aplaudir apenas os que realmente merecem. Não se avexe, então, de merecer um grau alto, uma nota dez por este soneto.
10/outubro/2017

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