Não mais fiz depois que amei

Não mais fiz depois que amei.
Vivi em ilusões desmedidas,
Rodeada por quem pouco exerga,
Vivi somente para ver o sol se erguer,
Alumiar um conectar de vistas,
Que a volúpia e luxúria faz crescer;

Vede, que escrevo sem freio e regra
ao que move a minha amargura,
De nao ter ocio no amor e na poesia,
Que amo tanto e tudo o que respira,
Que é como cantiga sem partitura,
Uma doce, vil, alma insegura;

Vivi pouco o que se numa vida vive,
Encontrei-me na lira que escrevi,
Sonhei e prometi Mundos somente
A quem não soube dar estima,
Que amor e lágrimas lhe tive,
Tanto que só chora quem ama
E só ama quem nada sente;

Ainda assim, de longe o quero contemplar,
Perder-me em sôfregas palavras,
Desaparecer num abraço sentido,
Tocar-lhe, sorrir-lhe e sussurrar-lhe,
Bem baixinho ao ouvido,
A melodia de um coração partido.
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