PÉRICLES ALVES DE OLIVEIRA - THOR MENKENT

PÉRICLES ALVES DE OLIVEIRA - THOR MENKENT

Escritor, poeta e pensador niilista, sempre em busca da análise do ser jogado em meio de suas reinauradas coisas!

1970-03-07 Bom Despacho
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ETERNA MÃE

Ele a perdera estando ausente,
mas numa noite, meio enlouquecido,
talvez pelo remorso de sua
covardia,

quis encontrá-la novamente,
e a qualquer custo; então saiu desnudado
pelas rua, sob uma suave
noite escura.

Acima, havia a lua
a contemplar, de esguelha, a estranha cena
e as estrelas se escondiam detrás
das encharcadas nuvens.

Agora era ele,
com seus 45 anos surrados,
cansado e à sua procura
dela: a perdida luz;

e viu, ao longe,
enormes montes, em cujos itinerários
haviam ainda mais sombras
e abismos vazios.

Não era corredor,
muito menos tinha a força de outrora,
mas ainda assim pôs-se
correndo a curso;

ao caminho,
havia pedras e fantasmas terríveis
que lhe atravessavam
o caminho.


Quase, quase esvaído,
pôs-se a cair uma espessa chuva,
como que em doloroso choro
vindo dos céus;

e sob a chuva
- salgada - uma voz ressoou-lhe
candidamente:

"Por que te sofres
tanto e por que me procuras,
se - mesmo daqui de tão longe -
sempre estive com você,
meu filho?"
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