Gostaria de conselhos...

Vejo o texto concluído e sinto a dor de tê-lo escrito, sinto que a memória ferve em gases da minha consciência enovelada. Gostaria de suavizá-la e pensar sem a reflexão, sem o retorno amaldiçoado. Encontro com o Diabo em cada releitura, sinto o malefício onisciente da morte, desejo, desejo, desejo a voz, o que sai de mim.

Quero publicar tudo, encontrar cada vez mais a minha prosa, entender os limites de mim que estraçalham o meu orgulho, o meu ressentimento.

Ontem antes de dormir sonhei muito, sonhei com uma forma mais sólida, sonhei com uma casa, sonhei com as minhas obsessões, sonhei com uma mulher que existe por alguns dias, sonhei com minha namorada transitória, efêmera, a única que não desejo. Desejo alguém além de mim, alguém eterno e inexistente, um corpo que me livre da consciência, essa criatura do medo. O que pensa é o corpo ou a alma? A alma pensa o corpo que pensa o pensamento.

Esse colchão tão intenso do meu sono, o sono metafísico, o sono do pós-mundo, o sono que perco a cada dia, essa ilusão inventada pela morte, porque se vivo, não sei por quanto tempo, se quantas vezes já vivi ou se estou preso na mesma vida e no mesmo tempo que se alterna por efemeridades. Dessa forma, há algo que não é efêmero, há uma substância em mim que se reflete e pensa, e se uma substância existe, algo anterior a ela ferve e me condena a me expressar. A poesia e o sonho do sublime, o sublime como a verdade associada a convicção, a verdade e a fé juntas criaram o Divino, metafísica deprimida.

Ainda me falta o projeto, a organização, o plano, o cálculo, falta a linha e o real de que tanto fujo. O real cotidiano. Preguiça consumidora de almas!!!!! A alma, palavra dialética, palavra vazia, criar, criar, criar, criar, criar parece muito com crer. Peço desculpas pela confusão, mas estou tão perdido que gostaria de conselhos...
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