A Condessa
III
Morria o som da última habanera
Saudoso e lento no metal da orquestra,
Quando esse arrojo da beleza, mestra
Dos floreios do baile, o carro espera.
Daquele boca salta a primavera
Bafejando-lhe o termo da palestra...
E já, sorrindo e meneando a destra,
A mesura simbólica fizera.
Acompanhando-a como que suspira
A ronda alerta dos olhares... Sente
Tão fria a noite! E o conde, sem detê-la,
Naqueles ombros pálidos atira
A seda azul da capa rescendente,
— Um pedaço de céu sobre uma estrela!
Publicado no livro Brasões (1895).
In: LOPES, B. Poesias completas. Pref. Andrade Muricy. Rio de Janeiro: Z. Valverde, 1945. v.
Morria o som da última habanera
Saudoso e lento no metal da orquestra,
Quando esse arrojo da beleza, mestra
Dos floreios do baile, o carro espera.
Daquele boca salta a primavera
Bafejando-lhe o termo da palestra...
E já, sorrindo e meneando a destra,
A mesura simbólica fizera.
Acompanhando-a como que suspira
A ronda alerta dos olhares... Sente
Tão fria a noite! E o conde, sem detê-la,
Naqueles ombros pálidos atira
A seda azul da capa rescendente,
— Um pedaço de céu sobre uma estrela!
Publicado no livro Brasões (1895).
In: LOPES, B. Poesias completas. Pref. Andrade Muricy. Rio de Janeiro: Z. Valverde, 1945. v.
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