Augusto dos Anjos
Augusto dos Anjos foi poeta brasileiro. Sua obra é extremamente original. É considerado um dos poetas mais críticos de sua época.
1884-04-20 Cruz do Espírito Santo, Paraíba, Brasil
1914-11-12 Leopoldina, Minas Gerais, Brasil
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A Noite
A nebulosidade ameaçadora
Tolda o éter, mancha a gleba, agride os rios
E urde amplas teias de carvões sombrios
No ar que alacre e radiante, há instante, fora.
A água transubstancia-se. A onda estoura
Na negridão do oceano e entre os navios
Troa bárbara zoada de ais bravios,
Extraordinariamente atordoadora.
À custódia do anímico registro
A planetária escuridão se anexa...
Somente, iguais a espiões que acordam cedo,
Ficam brilhando com fulgor sinistro
Dentro da treva onímoda e complexa
Os olhos fundos dos que estão com medo!
Publicado no livro Eu: poesias completas (1920). Poema integrante da série Outras Poesias.
In: REIS, Zenir Campos. Augusto dos Anjos: poesia e prosa. São Paulo: Ática, 1977. p.195. (Ensaios, 32
Tolda o éter, mancha a gleba, agride os rios
E urde amplas teias de carvões sombrios
No ar que alacre e radiante, há instante, fora.
A água transubstancia-se. A onda estoura
Na negridão do oceano e entre os navios
Troa bárbara zoada de ais bravios,
Extraordinariamente atordoadora.
À custódia do anímico registro
A planetária escuridão se anexa...
Somente, iguais a espiões que acordam cedo,
Ficam brilhando com fulgor sinistro
Dentro da treva onímoda e complexa
Os olhos fundos dos que estão com medo!
Publicado no livro Eu: poesias completas (1920). Poema integrante da série Outras Poesias.
In: REIS, Zenir Campos. Augusto dos Anjos: poesia e prosa. São Paulo: Ática, 1977. p.195. (Ensaios, 32
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