Carlos Frydman

1924-11-15 Varsóvia (Polônia)
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Cascata

O chiado das águas
compõe cantigas
ancestralmente perenes.
Parece um segredar sem mágoas
num renascer insistente.
A correnteza reabilita-se
brincando em cada queda
e um frescor salpica,
inebria e recompõe,
o que perdemos
nas encruzilhadas.

Murmúrios espontâneos,
cantam alegrias em cada pedra
e despontamos em sonhos perdidos.

O tempo é retomado
num frescor,
inebriando securas.

Todo passado é presente,
no gorjeio das águas inspiradas,
reabilitando nossas vidas jogadas...


In: FRYDMAN, Carlos. Sintonia: poesia. Pref. Fábio Lucas. Apres. Henrique L. Alves. Campinas: Pontes, 1990
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