Como um cão
Como um cão curvo-me
e procuro ler nas marcas
que a noite não pôde
recolher o tempo.
Anima-me a superfície fabulária
onde o olhar do dia revolve
o que foi alvoroço vida
ou sinal te'nue.
Detenho-me na pegada junto à cama
e a mão precavida incha a memo'ria
nenhuma sensação acende
o que já está perdido.
(Perdidos os meus passos? A minha voz?
é assim tão terrível o amor ao homem?
a justiça foi calcinada em que ritual?)
Pouso então devagarinho
o ouvido na parede húmida
e eis que uma sombra volta-se
num largo aceno de simpatia.
Na paz indizível sopra
a fina aragem desanoitecida
a leve impressão
de um cochichar
uma porta entreaberta
onde pulsa uma esperança.
(Ontem já foi passado
e o minuto que vem
já é futuro).
e procuro ler nas marcas
que a noite não pôde
recolher o tempo.
Anima-me a superfície fabulária
onde o olhar do dia revolve
o que foi alvoroço vida
ou sinal te'nue.
Detenho-me na pegada junto à cama
e a mão precavida incha a memo'ria
nenhuma sensação acende
o que já está perdido.
(Perdidos os meus passos? A minha voz?
é assim tão terrível o amor ao homem?
a justiça foi calcinada em que ritual?)
Pouso então devagarinho
o ouvido na parede húmida
e eis que uma sombra volta-se
num largo aceno de simpatia.
Na paz indizível sopra
a fina aragem desanoitecida
a leve impressão
de um cochichar
uma porta entreaberta
onde pulsa uma esperança.
(Ontem já foi passado
e o minuto que vem
já é futuro).
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