Florência

É só Florência.
Menina Inocência.
Nem tanto, já que na esquina
na casa amarela conhecida, faz
o seu canto.

Florência que nas tardes singelas,
nos cabelos uma rosa amarela,
através do decote do vestido de alças, vermelho,
deixa entrever os bicos dos seios..

E os olhos cobiçosos,
por debaixo da janela a passar,
gulosos ficam ali a pousar.

Abrindo a porta,
a puta se deita na cama,
se desfaz do vestido e se deixa olhar.

Abrindo as pernas longas e bem feitas,
deixa entrever a mata macia de pêlos
por onde a gruta sedenta se oferece para
a sede dos homens saciar...

Desfilando pela tarde
a noite adentrando, um a um
vão os fregueses deixando
na cama, ao lado,
o vintém que pela manhã,
o pão irá comprar.

E abre-se a moça, de seios
fartos e perfeitos, bicos duros
para o teto apontando, oferecendo-se
a todos que queiram ali mamar.

Entre as pernas o calor e o cheiro
da fêmea possuída, da puta perdida
que bem sabe como cavalgar.

E quando a noite vai a meio,
despede-se do último romeiro.
Com um sorriso nos lábios,
após seu banho de cheiro,
posta-se novamente à janela
ficando a lua a espiar...

Já não é Florência...
Agora é Inocência, cantando
baixinho uma suave canção.
Pedindo a lua que ilumine o
caminho, pra que rápido chegue
o moço bonito. Seu príncipe encantado.
Que a leve na garupa do fogoso alazão.

Florência, Inocência...
Donzela virgem em seu coração...

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