Léopold Sédar Senghor
Léopold Sédar Senghor GColSE foi um político e escritor senegalês. Foi presidente de Senegal, de 1960 a 1980.
1906-10-09 Joal-Fadiout
2001-12-20 Verson
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Máscara negra
a Pablo Picasso
Ela dorme e repousa sobre a candura da areia
Kumba Tam dorme. Uma palma verde vela a febre dos cabelos, a fronte curva cobre
As pálpebras fechadas, corte duplo e fontes seladas.
Esse estreito crescente, este lábio mais negro e até pesado
– onde o sorriso da mulher cúmplice?
As patenas das faces, o desenho do queixo cantam o acordo mudo.
Rosto de máscara fechado ao efêmero, sem olhos sem matéria
Cabeça de bronze perfeita e sua pátina de tempo
Que não suja ruge nem rubor nem rugas, nem marcas de lágrimas nem de beijos
Oh rosto tal como Deus te criou antes da própria memória das eras
Rosto do amanhecer do mundo não te abra como um colo terno para emocionar a minha carne.
Eu te adoro, oh Beleza, com meu olho monocórdio!
(tradução de Leo Gonçalves)
:
Masque nègre
a Pablo Picasso
Elle dort et repose sur la candeur du sable.
Koumba Tam dort. Une palme verte voile la fièvre des cheveux, cuivre le front courbe
Les paupières closes, coupe double et sources scellés.
Ce fin croissant, cette lèvre plus noire et lourde à peine
– où le sourire de la femme complice?
Les patènes des joues, le dessin du menton chantent l’accord muet.
Visage de masque fermé à l’éphémère, sans yeux sans matière
Tête de bronze parfaite et as patine de temps
Que ne souillent fards ni rougeur ni rides, ni traces de larmes ni de baisers
O visage tel que Dieu t’a créé avant la mémoire même des ages
Visage de l’aube du monde, ne t’ouvre pás comme um col tendre pour émouvoir ma chair.
Je t’adore, ô Beauté, de mon oeil monocorde!
Ela dorme e repousa sobre a candura da areia
Kumba Tam dorme. Uma palma verde vela a febre dos cabelos, a fronte curva cobre
As pálpebras fechadas, corte duplo e fontes seladas.
Esse estreito crescente, este lábio mais negro e até pesado
– onde o sorriso da mulher cúmplice?
As patenas das faces, o desenho do queixo cantam o acordo mudo.
Rosto de máscara fechado ao efêmero, sem olhos sem matéria
Cabeça de bronze perfeita e sua pátina de tempo
Que não suja ruge nem rubor nem rugas, nem marcas de lágrimas nem de beijos
Oh rosto tal como Deus te criou antes da própria memória das eras
Rosto do amanhecer do mundo não te abra como um colo terno para emocionar a minha carne.
Eu te adoro, oh Beleza, com meu olho monocórdio!
(tradução de Leo Gonçalves)
:
Masque nègre
a Pablo Picasso
Elle dort et repose sur la candeur du sable.
Koumba Tam dort. Une palme verte voile la fièvre des cheveux, cuivre le front courbe
Les paupières closes, coupe double et sources scellés.
Ce fin croissant, cette lèvre plus noire et lourde à peine
– où le sourire de la femme complice?
Les patènes des joues, le dessin du menton chantent l’accord muet.
Visage de masque fermé à l’éphémère, sans yeux sans matière
Tête de bronze parfaite et as patine de temps
Que ne souillent fards ni rougeur ni rides, ni traces de larmes ni de baisers
O visage tel que Dieu t’a créé avant la mémoire même des ages
Visage de l’aube du monde, ne t’ouvre pás comme um col tendre pour émouvoir ma chair.
Je t’adore, ô Beauté, de mon oeil monocorde!
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