Matadouro do Dia
Avisem os tristes da cidade:
darei de beber
de meus olhos naufragados
a quem ficar a meu lado.
Darei de comer
de meu corpo violado
aos nus, aos desesperados.
Venham beber o vinho amargo
da minha bêbada amizade
os que nunca se encontraram.
Voltaremos tristes para casa
(o peso do mundo nos ombros).
Só depois de beber, e ficar puros
esqueceremos as coisas
(seus escuros muros altos).
Venham beber o vinho amaro-amargo
do meu sangue torturado.
No porto inseguro de mim
há pão e fel para todos.
O país é rico e sujo:
amanhã seremos degolados.
Darei de beber
de meu sangue aleijado
aos tristes, aos suicidas
aos pederastas, às prostitutas.
Vamos todos, mutilados
ao matadouro do dia!
darei de beber
de meus olhos naufragados
a quem ficar a meu lado.
Darei de comer
de meu corpo violado
aos nus, aos desesperados.
Venham beber o vinho amargo
da minha bêbada amizade
os que nunca se encontraram.
Voltaremos tristes para casa
(o peso do mundo nos ombros).
Só depois de beber, e ficar puros
esqueceremos as coisas
(seus escuros muros altos).
Venham beber o vinho amaro-amargo
do meu sangue torturado.
No porto inseguro de mim
há pão e fel para todos.
O país é rico e sujo:
amanhã seremos degolados.
Darei de beber
de meu sangue aleijado
aos tristes, aos suicidas
aos pederastas, às prostitutas.
Vamos todos, mutilados
ao matadouro do dia!
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