Mauro Mota
Mauro Ramos da Mota e Albuquerque foi um jornalista, professor, poeta, cronista, ensaísta e memorialista brasileiro.
1911-08-16 Nazaré da Mata
1984-11-22 Recife
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Grito de angústia
Minh’alma! Árvore! Vem de tua fronde
a encarnação da dor num grande grito!
abres os braços, gritas ao infinito,
mas a voz do silêncio é quem responde!
Tão moça és! No entanto, não sei onde
possa encontrar o bálsamo bendito
que cure a imensa chaga que se esconde
pelas entranhas do teu ventre aflito!
E a maior dor das tuas grandes dores
é a de viver aos sóis das Primaveras
sem a fecundação que, ansiosa, esperas.
Tua verdura simboliza o luto!
— Talvez fosse melhor nunca dar flores
Do que florir, somente, e não dar fruto!
a encarnação da dor num grande grito!
abres os braços, gritas ao infinito,
mas a voz do silêncio é quem responde!
Tão moça és! No entanto, não sei onde
possa encontrar o bálsamo bendito
que cure a imensa chaga que se esconde
pelas entranhas do teu ventre aflito!
E a maior dor das tuas grandes dores
é a de viver aos sóis das Primaveras
sem a fecundação que, ansiosa, esperas.
Tua verdura simboliza o luto!
— Talvez fosse melhor nunca dar flores
Do que florir, somente, e não dar fruto!
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