Daniel Jonas

Daniel Jonas

1973-04-13 Porto
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Poética

Fechar a tampa do abrigo
e respirar
com serena convulsão
lançando o grande dirigível da escrita

depois retesar o arpão
e espremer o choco polvo
seus tentáculos tensos
na placa marmórea
ou na balança

é um negócio violento,
a testa escreve-se, um mundo progride,
decanta-se a bolha do nível,
esgaça-se a gaze

depois da fenomenologia dos petroleiros
a refinaria,
o guarda-nocturno de olhos
na trovoada e solidão
no monitor.
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