Como dizer Villaça
Como dizer Villaça
os medos
que devastavam teu coração?
o mosteiro errante
ao qual pertencias
e para o qual não sabias voltar
monge sem mosteiro
saltimbanco de um
circo místico
o perene abandono
de deus
e dos homens
sob cuja
sombra inquieto
te guardavas
esse crepúsculo de amores
não vividos
e tua anfíbia
condição de céu
e terra pecado
e salvação
essa memória
impenitente
era teu inefável luminoso labirinto
a luz
de que surgiam
os mortos
para tomar café
todas as tardes
na praia do flamengo
teu coração
feroz
e compassivo
e os mortos devastados
redivivos pelo deus cruel
e solitário da memória
das sentenças
de Abelardo aos livros
de Gilberto Amado
das cartas de Alceu
aos poemas
de Drummond
um deus que não sabia
nada de si mesmo
preso às teias de um fatal esquecimento
a tirania sagrada
que impuseste para esconder
as formas frágeis de teu rosto
tuas palavras tendiam
ao silêncio transformadas
de há muito em estrelas
e um anjo precisaria
arrancá-las de teus olhos
antes que se dissolvessem
na luz
das coisas
fundas que alcançavas
mas ele não veio
e te salvaste apenas
das atrocidades do mundo
não do abismo
de tua vasta
mortal delicada inocência
os medos
que devastavam teu coração?
o mosteiro errante
ao qual pertencias
e para o qual não sabias voltar
monge sem mosteiro
saltimbanco de um
circo místico
o perene abandono
de deus
e dos homens
sob cuja
sombra inquieto
te guardavas
esse crepúsculo de amores
não vividos
e tua anfíbia
condição de céu
e terra pecado
e salvação
essa memória
impenitente
era teu inefável luminoso labirinto
a luz
de que surgiam
os mortos
para tomar café
todas as tardes
na praia do flamengo
teu coração
feroz
e compassivo
e os mortos devastados
redivivos pelo deus cruel
e solitário da memória
das sentenças
de Abelardo aos livros
de Gilberto Amado
das cartas de Alceu
aos poemas
de Drummond
um deus que não sabia
nada de si mesmo
preso às teias de um fatal esquecimento
a tirania sagrada
que impuseste para esconder
as formas frágeis de teu rosto
tuas palavras tendiam
ao silêncio transformadas
de há muito em estrelas
e um anjo precisaria
arrancá-las de teus olhos
antes que se dissolvessem
na luz
das coisas
fundas que alcançavas
mas ele não veio
e te salvaste apenas
das atrocidades do mundo
não do abismo
de tua vasta
mortal delicada inocência
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