A poesia de JRUnder

Ah! Essa aflição “matadeira”,
Que chega assim tão ligeira
Nem dá tempo pra pensar...
Chega sem fazer afago,
No coração faz estrago,
Judiando sem cessar.
 
Ah!  Essa ansiedade!
Que age sem piedade,
Transforma as horas em dor.
Essa agonia incessante,
Não dá trégua um só instante...
Esse mal é mal de amor!
 
Não sei quem foi que criou,
Esse sentir tão profundo,
Que domina nossa vontade.
Juro! Queria saber,
Quem fez isso acontecer...
Quem inventou a saudade?

No que o amor me transforma?
Do que o amar me redime?
Se amo na solidão calada,
Que o viver pelo amor, me imprime.

E se aconteço nas frases
Em que crio meu próprio destino,
Me faço de alma e rimas,
Que em horas insones imagino.

A luz tênue ao meu sonho em desperto
Acalenta estes tempos sombrios,
Se sonhar acordado é pecado
Por pecar, fiz mil versos vazios.

Não acredito em destino, porém sei que é verdade...
O que nos reserva o futuro: o fim ou a eternidade?
Podemos mudar o destino? Claro que não! Ou será...?
Se pudermos mudar o destino, que destino ele terá?

Pode ser que o destino, seja só uma grande desculpa,
Para deixar de fazer e assim, não sentir culpa.
Mas se pensar dessa forma, com certeza desatino...
Porque deixar de fazer,  só pode ser por destino...

Se estou bem, é destino. Se não estou... assim é.
Se vou de trem, é destino? Ou destino é ir a pé?
O amanhã, só Deus sabe! Ou será  que tem mais alguém?
Se o amanhã não for meu,  será destino também?

Então se tudo é destino, eu  só queria saber:
Como o destino se cumpre, se nada posso fazer?
Se existe destino, não sei, mas...  algo tenho a dizer:
Se existir tal destino, o meu é gostar de você!

Muito espaço perdido no mundo, se para nos abraçarmos ocupamos tão pouco.
Todo tempo perdido com palavras ditas a mais de um milímetro da sua boca...

Eu vi o sol, quando nascia atrás dos morros,
Ouvi os pássaros em coro, saudando o amanhecer.
Eu vi a luz que refletia nas folhagens,
Que as flores das ramagens, pareciam agradecer.

Eu vi a terra, de sereno umedecida,
Alimentando a vida, do verde a renascer.
Vi a saudade, que brotava no meu peito,
E não me dava sossego, implorando pra lhe ver.

Eu vi o dia, passeando nas estradas,
E a Juriti calada, parecia assuntar...
Coisas do céu, que adornado pelas nuvens,
Prometia que este tempo, nunca iria se acabar.

Eu vi o ouro, tingindo o horizonte,
Quando o sol buscava abrigo, querendo adormecer.
Ouvi de longe o cantar da cachoeira,
Chamando a mata inteira, para ver o entardecer.

Eu vi a noite, em toda sua grandeza,
Vir mostrar a natureza, salpicada de luar...
Eu vi a Lua, nascendo toda vaidosa,
Por seu brilho, orgulhosa, refletir no seu olhar.

Já dizia o meu avô, que carregava consigo  
toda uma sabedoria, vinda de anos de luta, fruto de anos de vida!
- O que vocês sentem é paixão! Ouçam a minha razão!
- Pra saber se é amor,  precisarão comer juntos...- Uns dez sacos de feijão!!!
Meu velho avô,  estava certo. O amor,  se constrói com o tempo.
Beleza, charme, jeitinho, doçura, corpo e sorriso, fazem  a atração  do momento. São tão somente ilusões!
Somente o passar do tempo, matura um relacionamento, porque para amar é preciso muita dedicação, muitas conversas  a dois.
Relacionamento que mude a  paixão, que é desejo  e forme o amor -   sentimento!
O amor não vê  passar o  tempo, não vê nascer rugas no rosto, não cega com a vista cansada.
Resiste a dor nas pernas,  aos cabelos branquearem... Não sente a coluna arqueada...
Como uma rocha no solo, resiste às intempéries e as olvida.
E calmo como um remanso,  nos traz a paz de vivermos...
Um amor verdadeiro. Amor, para toda a vida!

A lua me encanta. Sempre me encanta!
Seja nova, crescente, cheia, minguante...
Esteja esplendorosa ou quase invisível.
Eu sempre sei que ela estará lá.
E você é assim, como a Lua.

Sei que sempre estará comigo.
Mesmo que às vezes minguante e cansada ao final de cada dia...
Para tornar-se-á nova em cada conquista,
E fazer crescente o sentimento que nos une,
Porque estará sempre cheia de amor para oferecer.