A poesia de JRUnder

O meu coração quer paz
Porque não suporta mais
Toda pressão que se faz
E que tenha que resolver.

Meu coração está cansado
por ser assim exigido,
Hoje se encontra ferido
Sem chances de convalescer.

Meu coração quer  alento
Nem que seja por um só momento
Não sofrer por um sentimento
Que não tem mais razão de ser.
 
Meu coração quer  a calma
Da sintonia com a alma.
Viver, sem sobressaltos
Deixar a vida, correr.

Meu coração quer um colo
Quer se sentir protegido,
Talvez, saber ser querido,
E simplesmente, bater.

Ah! Ciúmes,  ciúmes
Que não me deixa dormir
Fica a furar-me as entranhas,
Como um punhal, a ferir.
Esse medo de que o que tenho,
O tenha também outro alguém,
É o meu maior martírio,
E não o desejo a ninguém.
Acordo na noite, assustado,
Penso onde você possa estar...
Dúvidas me inundam a cabeça!
Preciso me controlar...
Se me falam ser ciumento,
Disfarço, mas não me entrego.
Juro que não o conheço,
Mas  junto a mim, o carrego.
Ah! Ciúmes, ciúmes
Que nego, renego e desdenho!
Não quero sentir, mas o sinto.
Não quero ter, mas o tenho!

E o que afinal é partir?
Levar o corpo para longe...
Andar, viajar, sumir?
Afinal, o que é partir?

Trilhos, estradas, céus...
Seguir um destino ou andar ao léu?
Fugir do ontem e se encontrar no amanhã?
Resolver na fuga o que não se fez no divã?
Ir por algum tempo, prometendo voltar?
Voltar sendo o mesmo e ao mesmo lugar?

Afinal, o que é partir?
Seguir a razão, deixando o coração...
E saber na verdade, que morrer de saudades,
É o valor que se paga, ao sair...

Partir é deixar mas, querendo ficar?
Dar adeus com a mão, mas levar a ilusão,
De que algo ficou, que irá nos guardar,
Na memória de quem, insistir em lembrar...