plano b

hola, spleen, disse. nos cruzamos em
uma lagoa de atol. sentada no banco de trás
olhava pelo vidro azul cobalto
a 3000 quilômetros do ponto em
que o deixara.
                        hola, spleen, disse. você ainda vai me ver
três vezes antes do fim. uma linha esconde
outra linha, a voz esconde o que pré-
existe entre os dois. pensava na carta sem remetente
em alguma maneira de dizer pensava nas
esculturas sonoras (não havia
um plano c? para onde
seguia)

era como descobrir o sulco
fechado de um disco e ficar
rodando no loop daquela melodia
circular. precisa de uma língua
que defina isso

hola, spleen, disse.
mas não falava da latitude
no mapa, eram peixes
no fundo do oceano com a cartilagem
luminosa derretendo nos olhos
e a única preocupação quando
entrou era o som por detrás da voz dela:
saber se está triste há um ano
ou há 24 horas.

(na volta, passa a colecionar
objetos. a vingança começa num
aquário:
            é como furar a realidade
com a realidade, ele dizia, ficar no quarto
medindo o nível do mar
para descobrir onde pôr
os peixes)
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