Rotina

a lua
se esconde,
estrelas desaparecem,
o pássaro canta.

o sol
entra sala a dentro
e o relógio dispara;
o sono se despede
acordo.

saio.
como se fosse
um robô,
caio na rotina.

as coisas
que antes havia citado,
somem por trás
dos meus ombros.

pego um ônibus cheio,
por estar cheio de tudo
e eu de todos
não percebo
quem levou minha carteira.

uma bala perdida
atinge o poema.
he-mor-ra-gia!
sinal vermelho.

freio!
como um coração
que anuncia
sua última batida.

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