Trabalhando a Terra

Descendo o barranco,
trilhando o caminho
— caminho de barro,
poeira, cascalho,
vou rumo ao trabalho,
ó vale deserto,
ó vale coberto,
por nuvens de fé!
Porei grãos no seio
da terra-promessa,
da terra-esperança!

Meus campos cultivo,
eu planto, semeio,
trabalho cativo!
Enterro a semente
— semente tão frágil
que quer germinar!
Na minha labuta,
meu corpo na luta,
cavando, cavando,
assim vai jorrando,
suor do meu rosto!

Incrível batalha!
Trabalho com gosto,
o arado trabalha
a terra que geme,
a terra que trema,
que quer florescer!
E a máquina ágil
trabalha feroz,
febril, tão veloz!
O solo enobrece
e a planta floresce!

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