Mário Beirão
Mário Pires Gomes Beirão foi um poeta português.
1890-05-01 Beja
1965-02-00 Lisboa
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Moda Alentejana
A ribeira do Xacafre
Vai rasa dos meus cuidados:
No escuro das águas tristes,
Há laivos ensanguentados…
Ó meus olhos, ó meus olhos,
— Noite e dia — que estais vendo?
A ribeira do Xacafre,
Da minha alma discorrendo!
Na ribeira do Xacafre,
uma voz suspira fundo:
A voz da minha saudade,
A despedir-se do Mundo!
Aldeia de Montes Velhos
Não posso querer-te mais:
És a luz do sol-nascente,
Abrindo, em flor, nos meus ais!
Aldeia de Montes Velhos,
És sempre luz de alvorada,
És sempre rosa do altar
Da chama duma «queimada»!
Eu hei-de florir na urze,
Arder no vento «suão»,
Lá, na Charneca das Naves,
Mar alto da Solidão! —
Vai rasa dos meus cuidados:
No escuro das águas tristes,
Há laivos ensanguentados…
Ó meus olhos, ó meus olhos,
— Noite e dia — que estais vendo?
A ribeira do Xacafre,
Da minha alma discorrendo!
Na ribeira do Xacafre,
uma voz suspira fundo:
A voz da minha saudade,
A despedir-se do Mundo!
Aldeia de Montes Velhos
Não posso querer-te mais:
És a luz do sol-nascente,
Abrindo, em flor, nos meus ais!
Aldeia de Montes Velhos,
És sempre luz de alvorada,
És sempre rosa do altar
Da chama duma «queimada»!
Eu hei-de florir na urze,
Arder no vento «suão»,
Lá, na Charneca das Naves,
Mar alto da Solidão! —
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