Paula Nei

1858-02-02 Aracati
1897-11-13 Rio de Janeiro
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Trança

Esta santa relíquia imaculada
Do teu saudoso amor, esta lembrança
Da vida, que fugiu arrebatada,
Ligeira, como um sonho de criança.

Nas noites do meu sono de bonança
Eu guardo, junto a mim, ah! noiva amada,
Enquanto minha vista não se cansa
De vê-la, de adorá-la, extasiada...

Com o fio desta trança tão escura,
Tão negra, sim, que até minha amargura
Invejara-lhe a cor, e tão macia,

Qual pétala de rosa, eu teço, à noite,
Da viração sentindo o brando açoite,
O epitáfio de minha campa fria.

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